14
2014
BRASIL – OPINIÃO| Jornalista Jânio de Freitas: “A desonestidade de Marina Silva”…
Reproduzo abaixo trecho da coluna de Jânio de Freitas, publicada hoje na Folha. Um dos jornalistas mais experientes da imprensa brasileira, Freitas se diz abismado com o baixo nível da candidata Marina Silva.
“A desonestidade dessa afirmação [de Marina, contra o PT], feita em sabatina há três dias no “Globo”, não tem limite nem para trás.”
Leia abaixo:
(…)
Não se imaginava que a Marina Silva tão contida, como se toda travada por poderosas forças interiores, ou, sabe-se lá, celestiais (“Deus não quis que eu estivesse naquele avião”), fosse capaz de tamanha desinibição para dizer coisas como esta raridade: “Um partido que coloca por 12 anos um diretor para assaltar os cofres da Petrobras”. “Para assaltar”? A desonestidade dessa afirmação, feita em sabatina há três dias no “Globo”, não tem limite nem para trás.
Funcionário de carreira, Paulo Roberto Costa fez sua ascensão na Petrobras durante o governo Fernando Henrique, nomeado então para sucessivos postos e funções relevantes, que vieram a culminar no governo Lula. É um mistério o momento em que começou sua corrupção. Mas há a certeza de que, a não ser para Marina, nenhum partido e nenhum governo dos dois presidentes promoveu Paulo Roberto Costa “para assaltar”.
Diante de tamanha e perversa difamação, não surpreende a facilidade com que Marina diz inverdades bondosas a seu respeito, atribuindo-se votos, pareceres e projetos no Senado que o Senado nunca ouviu ou leu. Sua agressividade tem este componente adicional: a inverdade. O que aquela sabatina tornou ainda mais perceptível (e registrado jornalisticamente).
Mas de Dilma, a “durona”, a “gerentona”, esperava-se que ao menos confirmasse a maneira como a imprensa a descreve. A surpresa que lhe cabe vem, no entanto, do oposto: é a menos ofensiva, tanto no sentido de ataque como de insulto. Tem preferido dar respostas, algumas duras e outras irônicas. Sem conseguir, porém, tornar menos deplorável esta campanha indigna de uma disputa pela Presidência da República.
Fonte: Tijolaço.