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2013

OPINIÃO – “Precisamos de Bons, e não de maus médicos”. Por: Marco Damiani.

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Radicalizou de vez, e sem volta, a guerra pública entre profissionais, estudantes de Medicina e suas entidades contra o Programa Mais Médicos. O acirramento se deu com o pedido, pelo Conselho Federal de Medicina, de intervenção da Polícia Federal na apuração das cerca de 16 mil adesões anunciadas oficialmente. Foi a resposta enfurecida da cúpula da categoria sobre a posição da dupla de ministros Aluízio Mercadante e Alexandre Padilha. Na quarta-feira 31, os titulares da Educação e da Saúde recuaram, formalmente, mas sem desistir da ideia de obrigar estudantes a fazerem residência por mais dois anos antes de se formarem. Agora, a partir de 2018.

A manobra que deveria ser genial suscitou, no dia seguinte, o pedido formal do CFM para um inquérito também na Procuradoria Geral da República sobre as adesões aos Mais Médicos. A suspeita é pesada: fraude na lista de assinaturas para abrir espaço para a contratação de médicos estrangeiros.

O governo teria chegado a esse ponto? Cometido a trapalhada do ano, baixa, vil, ilegal, fraudulenta etc, para contratar o que antes seriam médicos cubanos e depois passaram a ser espanhóis e portugueses? Abrir milhares de buracos numa relação pública, fácil de ser fiscalizada, para seu projeto ideológico sinistro?  Pode-se, se se quiser, acreditar nisso. Mas, no espelho dessa situação, o que se vê é a derrubada ao chão do nível de diálogo proposto, ainda que de maneira extremamente desorganizada, pelo governo.

Chamar a PF, a esta altura dos acontecimentos, é instalar um personagem externo extremo numa mesa em que ainda se poderia conversar. Por que o CFM, antes de ganhar as manchetes com sua jogada para a plateia, não pediu vistas do processo? Porque poderia conseguir? Já que se chamou a PF, para que conversar mais? Melhor deixar a polícia fazer seu trabalho.

Olhar a balbúrdia criada em torno do Mais Médicos com racionalidade tem sido impossível também para o governo. O programa foi lançado sem explicações prévias à sociedade. Um ótimo conjunto de ideias, sobre dois grandes pilares – melhorar, inclusive pelo aumento do tempo, a qualidade dos cursos de Medicina, e povoar de médicos, com salários de R$ 10 mil, mais de 3 mil prefeituras brasileiras, ávidas por recebê-los de braços abertos –, está indo parar na lata do lixo. Entre erros de apresentação, recuos formais e as obstruções legais que, a partir de agora, poderão ser criadas nas esferas da PGR e da PF, em dois meses o que se tem é uma estrela cadente: surgiu e está desaparecendo depois de curta trajetória.

Caso não prove a culpa do governo em algum episódio de fraude na lista de adesões ao Mais Médicos, no entanto, o Conselho Federal Medicina terá tirado sua máscara. O mesmo órgão econômico em punições por erros médicos, emblemático do corporativismo de uma elite profissional, vai demarcar, de novo, o campo em que está. Em lugar de ajudar a encontrar os bons médicos que deveriam, como Hipócrates, aceitar o desafio de praticar o desafio da medicina popular, o CFM terá capitaneado o time dos maus médicos. Os que viram as costas para o Brasil real, excluem tanto as periferias das grandes cidades como os municípios mais necessitados de seu mapa de atuação e tisnam pelo preconceito a roupa branca que vestem. Infelizmente, não há dúvidas, pela postura, de que lado essa cúpula está.

(BR 247 – Brasilia.)

Veja alguns comentários feitos sobre o tema cima mencionado no site BRASIL 247 – Brasilia.

Os comentários aqui postados expressam a opinião
dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

  1. Fernando 5.08.2013 às 13:35

    Coitado dos médicos, estudaram em escolas particulares desde o pré e entraram em universidades públicas, onde custaram, para nos, os contribuintes brasileiros, a bagatela de R$ 500 mil. Saem a faculdade e esquecem o que a sociedade brasileira investiu em sua formação e depois que se formam a única coisa que pensam é $$$$$. E o CFM? Em vez de batalhar pela melhora da saúde pública do País, o que fala? Mais dinheiro para os médicos. Se não quer fazer esforço para tentar ajudar o governo a levar os médico brasileiros para o interior, porque não quer deixar vir médico de fora? E o juramento de Hipócrates? Ou os médicos fazem juramento de hipócritas?

  2. isda 3.08.2013 às 14:59

    Porque médicos tem que ser obrigados a ir para o interior enquanto as outras profissões não. Porque depois de tantos anos se dedicando aos estudos, abrindo mão de tudo para se formar, tenho que ir para lugares sem nenhuma infra estrutura ; escolas, hospitais decentes, enfermeiros, nutricionistas etc. Vamos deixar de sermos hipócritas. Vamos levar saúde, educação, vamos desenvolver o interior , então não vamos mais precisar obrigar nenhum profissional a ir para o interior

  3. médico dedal de silicone 3.08.2013 às 10:19

    O país é nosso domínio, são nossos animais, pra que trazer “colegas” de fora?

  4. santana 2.08.2013 às 17:55

    virgilio tamberlini 2.08.2013 às 12:32 A Polícia Federal poderia, também, ajudar a elucidar o sucateamento dos Hospitais Universitários, que serão privatizados pela EBSEH! Mas estou gritando isso faz dias,voces sabem que a UNIRIO, o grande HU, esta as moscas, médicos residentes sem pacientes,por causa dessa NOVA EMPREZA que o governo quer…Pois é, isso a população não sabe.

  5. Jeronimo 2.08.2013 às 17:53

    O problema não é o salário, estúpido!

  6. luiz pinheiro 2.08.2013 às 14:51

    São Paulo – Desde que o governo Dilma Rousseff anunciou, em 9 de julho deste ano, que pretende trazer médicos estrangeiros para atender à população, dezenas de organizações foram contrárias à medida, parte do programa Mais Médicos. O protesto mais contundente era dirigido aos cubanos, relacionados com o que foi chamado de uma possível “revolução comunista em 2014”. Com as críticas da classe médica, o governo brasileiro adotou cautela sobre o programa, uma das principais bandeiras do ministro Alexandre Padilha, e estuda fazer contratos individuais. Representantes de Havana no Foro de São Paulo, no entanto, dizem que os profissionais do país “seguem à disposição”. “A oposição à presença dos nossos médicos é um fenômeno que não aconteceu apenas no Brasil, mas em outros países da América Latina. Isso se deve a múltiplos fatores, mas, em especial, ao medo de que os cubanos substituirão os profissionais locais e às acusações da direita de que a gente dissemine nossa posição política”, argumentou a Opera Mundi Jorge Antonio Arias, vice-chefe do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista de Cuba (PCC). “Vamos para onde nos pedem, o que significa, em geral, chegar a locais em que outros médicos não vão. Dar cuidados de saúde aos que não têm. Nosso pessoal se dedica apenas a cumprir suas funções, com total respeito e sem interferir em processos políticos internos”, complementa Arias. De acordo com o governo cubano, a falta de experiência não pode ser um argumento contra os médicos do país. Desde a Revolução de 1959, mais de 120 mil voluntários participaram de missões em países africanos, sendo a maioria deles médicos e professores. Esses cubanos ajudaram principalmente no tratamento da malária, doença amplamente difundida no continente, e na aplicação da vacina contra meningite. Atualmente, o governo de Raúl Castro tem operações humanitárias em 34 países da África ou que fazem fronteira com esse continente. A principal delas ocorre em Angola, mas também há profissionais de Cuba em Moçambique, Zâmbia, Namíbia e até mesmo na África do Sul. “Nossa atuação é pautada por uma conhecida declaração de Fidel Castro: ‘Ser internacionalista é saldar nossa dívida com a humanidade.’ É isso que fazemos”, explica Arias. —————————————————- Da Rede Brasil Atual

  7. Ivan 2.08.2013 às 14:16

    Se até empregada doméstica agora tem direitos trabalhistas, porque que os médicos, que não nasceram médicos, mas se qualificaram como tal às custas do sacrifício de suas adolescências e juventude, tem que aceitar um trabalho sem nenhuma garantia, sem FGTS, sem 13°, sem férias remuneradas, simplesmente porque alguém, por conveniência, inventou que medicina é sacerdócio. Sacerdócio e para padres e pastores, Medicina é profissão, altamente qualificada e como tal deve ser respeitada.

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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