30
2013
CEARÁ – PM que matou Darlan de Castro poderá ser expulso da corporação.
O cabo da Polícia Militar suspeito de matar o jovem Darlan de Castro Silva, 25, na tarde do último sábado (27) em Paracuru, a 87 km de Fortaleza, poderá ser expulso da corporação. As informações são do assessor da Polícia Militar do Ceará, tenente-coronel Fernando Albano, que diz que poderá ser instaurado “um Conselho de Disciplina, composto por uma trinca processante, que ao final, poderá opinar diante dos fatos pela permanência ou não do cabo nas fileiras da Polícia Militar”. O nome do cabo não foi divulgado pela corporação.
Desvio de blitz foi “fator motivacional para perseguição”
De acordo com o tenente-coronel, Darlan vinha em um carro com outros 2 amigos, que por não estarem portando os documentos do veículo, decidiram desviar da blitz. Eles adentraram uma estrada de piçarra no desvio. Para o tenente-coronel, esta atitude do grupo levantou a suspeita do PM e motivou a perseguição. “(O desvio) Foi o fator motivacional para a perseguição. Se você é policial e vê um carro fugindo, já nasce a fundamentada suspeita. Houve a perseguição em função disso”, afirmou.
O cabo, de acordo com o tenente-coronel, alega que o tiro foi acidental. “Ao descer da moto que guiava na perseguição, o militar desequilibrou-se e disparou a arma”. A bala perfurou a carroceria do veículo e atingiu Darlan nas costas. O jovem chegou a ser levado ao hospital pelos amigos, mas lá já chegou sem vida.
Apesar da ação suspeita do grupo, Fernando Albano reitera os critérios que devem ser utilizados durante uma ação de perseguição. “Existe todo um critério na PM. A perseguição tem que ter fundamentada suspeita e tem de ser utilizado o ‘cerco inteligente’, acionando outras viaturas, evitando sempre o emprego da arma de fogo. Claro, só se houver troca de tiros, tem que revidar”, explicou. O tenente-coronel não soube informar se o cabo acionou outras viaturas para dar apoio à perseguição.
Inquérito deve ser concluído em 40 dias
Após a ocorrência, o cabo apresentou-se voluntariamente à Delegacia Regional de Itapipoca. Lá foi assinado um Termo de Declaração, e o militar foi liberado. Entretanto, o Comandante Geral da PM, Coronel Werisleik Pontes Matias, determinou o recolhimento do cabo na prisão administrativa para apuração e a instauração de inquérito policial militar e agora aguarda as investigações. A PM garante que os trabalhos de perícia e investigação serão encerrados “em no máximo 40 dias”. O relatório final será encaminhado à Controladoria Geral de Disciplina (CGD) que fará a análise e decidirá pela instauração ou não do Conselho de Disciplina.
(Diário do Nordeste)