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2013
O eterno presidente do PDT, Carlos Lupi, sonho em ser candidato a presidente em 2014.
Em política, chama-se de decisão refletida a capacidade dos líderes partidários de fazer besteira lentamente. Presidente eterno de um PDT a caminho da irrelevância, Carlos Lupi revelou um lote de certezas duvidosas que rumina sobre 2014.
Declarou, veja você!, que o PDT pode comparecer à próxima sucessão presidencial com um nome seu. “A candidatura própria para 2014 é algo que mobiliza muita gente dentro do partido. É uma tese muito forte, esse processo está em aberto”, disse. Deu a entender o grito de independência poderia soar após o Carnaval, em março.
Depois, como quem não quer nada, Lupi piscou para Dilma Rousseff. Nas pegadas de reuniões da presidente com seu vice Michel Temer (PMDB) e com o neopresidenciável Eduardo Campos (PSB), o mandachuva do PDT fez o que Leonel Brizola chamaria de “costear o alambrado”.
“Não fomos convidados [para conversar com Dilma], ainda”, insinuou-se Lupi. “Acho que é provável, naturalmente, que nos chamem.” Num instante em que a presidente planeja apertar os parafusos do ministério, Lupi considera legítimo que o PDT participe da discussão sobre a dança de cadeiras.
Em 2011, sob denúncias de corrupção, Lupi foi expurgado do Ministério do Trabalho depois de sangrar no noticiário por meses a fio. No lugar dele, assumiu o desafeto Brizola Neto (PDT-RJ). Decorrido mais de um ano, o ex-ministro hemorrágico ainda não se deu por achado.
Lupi recorda uma declaração de amor que fez à ex-chefe num depoimento no Congresso. “Tomei porrada de todo lado, mas a imagem que ficou foi o ‘eu te amo, Dilma’.” Ou seja: dêem uma bifurcação para Lupi –a candidatura própria ou o reacerto com Dilma— que ele segue logo os dois caminhos. Até verificar, naturalmente, qual é o mais rentável.
(Blog do Josias de Souza)