nov
19
2012

Cagece é multada em R$ 3 milhões.

Em 2012, a ACFOR aplicou cerca de R$ 3 milhões em multas na Cagece, a maioria por problemas no abastecimento de água. A Cagece recorreu. Dezoito bairros e quatro comunidades sofrem com a falta d’água.

Apenas neste ano, a Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento de Fortaleza (ACFOR) registrou 360 multas e notificações contra a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), que totalizam cerca de R$ 3 milhões. A maioria das multas em razão dos problemas recorrentes no fornecimento de água na Capital. A Cagece, entretanto, recorreu de todas. Até agora, não pagou um real desse montante.

Em 2011, a ACFOR aplicou 36 multas e 31 advertências escritas à Cagece, também por problemas relacionados ao abastecimento de água e esgotamento sanitário. As multas resultariam em mais de R$ 893 mil. Como em 2012, grande parte delas foi objeto de recurso pela companhia.

Em Fortaleza, 18 bairros e quatro comunidades sofrem com a falta d’água frequente. Casas no Henrique Jorge, Parangaba, Quintino Cunha e Antônio Bezerra, que não conheciam esse desabastecimento rotineiro, apresentam escassez de água desde o fim do ano passado. São mais de 423 mil moradores desses locais e de outros que não têm perspectivas de se livrar de vez desse tipo de mazela.

Isso acontece na Paupina, por exemplo. O bairro faz fronteira com o município do Eusébio. “A gente pode viver sem energia. Pode viver esgoto. Agora viver sem água é muito complicado”, diz a dona de casa Francisca Antônia Sandina, 41 anos, que mora na Paupina há mais de sete. Água na casa de Antônia só chega de madrugada, ou seja, quando quase ninguém precisa usar. Ela tem, então, de acordar às duas da madrugada para ver a torneira gotejar até preencher a capacidade de todos os baldes e, depois, trocá-los. Às 6 horas, o fornecimento acaba e a água, que é bom, só no dia seguinte.

A rotina é a mesma para a maioria das pessoas do bairro. Francisca acompanha a reportagem do O POVO gritando, pés descalços e de porta em porta, aos vizinhos. Ela pergunta quem tem água em casa. Nenhuma resposta foi positiva. O chafariz, construído no meio da rua, é a sorte da população da Paupina – que, segundo o Censo IBGE 2010, tem 14.665 de habitantes. “Acho que aqui falta água desde que o mundo é mundo. Chegou a faltar água por três dias. A gente não sabia, então ficava economizando até banho.” 

“Desde que me mudei pra cá, já era desse jeito, há uns 10 anos”, aponta Lúcia Maria Leandro, 52. A dona de casa teve de se acostumar com o “banho de cuia” na Paupina. Ela não prepara peixe para o almoço porque o cheiro é forte e não sabe se vai ter água para o asseio depois da refeição. Roupa para lavar? Deixa acumulada até quando pode. Para dar descarga, usa a água que já lavou a louça.

Pior para o barbeiro Raimundo Pereira Alves, 68, que passou a lavar os cabelos dos clientes com um pequeno balde, para não perder dinheiro. E no Henrique Jorge, onde mora, nem sempre foi assim. “Começou essa baderna do fim do ano passado para cá”, reclama. E emenda que é uma vergonha não ter água nem para trabalhar.

Na rua Professor Miramar da Ponte, no mesmo bairro, quem também sofre as consequências da falta de água é o cachorro do aposentado João Bosco Fernandes, 62. “Faz mais de mês que não sobra água aqui em casa para dar banho no Snoopy”, lamenta. O que salva a família de Bosco é a caixa d’água extra, que o aposentado comprou, já que a água “não tem força pra subir”. A situação ali nunca foi tão complicada. Ele mora há 30 anos no bairro. Antes, água sempre foi de sobra.

Ela precisa muitas vezes acordar de madrugada para lavar roupa. A dona de casa Ana Paula Veras de Sousa, 36, que mora no Quintino Cunha, já não tinha mais água pra lavar a louça suja do café e nem para preparar o almoço do marido e do filho naquela manhã. “Não sei mesmo o que vou fazer sem água”, entristece Ana Paula, que não tem caixa d’água em casa, apenas uns baldes pequenos, insuficientes mesmo para um dia. “Mas a conta da Cagece não deixa de chegar”, reclama.

Serviço

ACFOR: 3131 6022. O Decon/Ce, do Ministério Público Estadual: 0800 2758001.

ENTENDA A NOTÍCIA

Problemas de abastecimento de água ficaram mais constantes nos bairros da Capital desde o fim de 2011. A Cagece diz que a baixa pressão no sistema e a expansão da cidade são responsáveis pela falta d’água frequente.

Saiba mais

Em 2011, a ACFOR aplicou 36 multas e 31 advertências escritas à Cagece por questões relacionadas ao abastecimento de água e ao esgotamento sanitário. As multas resultariam em mais de R$ 893 mil. No entanto, a maioria foi alvo de recurso e defesa por parte da Cagece.

A ACFOR tem como objetivo a regulação, fiscalização e o controle dos serviços públicos concedidos, permitidos ou terceirizados de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.

 (O POVO)

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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