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2015
BRASIL – PT TRAIÇÃO: “Não dá pra ser governo de manhã e oposição à tarde”, diz Guimarães
O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), teceu duras críticas a petistas que deixaram a Casa durante a sessão que aprovou a Medida Provisória 665, na última quarta-feira, 6. Na ocasião, nove parlamentares do PT se ausentaram da apreciação do texto que deu vitória ao governo por margem estreita de votos. A ex-prefeita e deputada Luizianne Lins foi a única cearense a não votar.
Dos nove que não contribuíram para a vitória governista, três não chegaram a registrar presença no painel eletrônico da Casa: Assis Couto (PR), Professora Marcivania (AP) e Ságuas Moraes (MT). Outros seis deputados que registraram a presença, mas não votaram são: Erika Kokay (DF), Luizianne Lins (CE), Marcon (RS), Padre João (MG), Pedro Uczai (SC) e Zé Geraldo (PA).
Além da manifestação da ex-prefeita Luizianne ao justificar a ausência como uma “decisão política”, o parlamentar Marcon declarou que não votou por entender que as novas regras prejudicariam os trabalhadores. “Não votei contra em respeito ao governo e à bancada do Partido dos Trabalhadores.” Padre João alegou que “votar contrário era votar contra à bancada (petista) e contra o próprio governo”.
Guimarães aproveitou a entrevista para criticar a imprensa ao afirmar que se o governo tivesse perdido a votação, a notícia teria sido “manchete de jornais”. Segundo ele, a vitória contra a oposição na votação da MP foi a tarefa política mais difícil na carreira parlamentar.
O líder do PT na Câmara, deputado Sibá Machado (PT-AC), em conversa com O POVO, disse estar “agradecido pela bancada petista” e negou a existência de qualquer matéria disciplinar para punir deputados da legenda que não apoiaram o governo na sessão.
“Autonomia”
O ministro do Trabalho, Manoel Dias, afirmou que os deputados do PDT votaram contra a proposta do governo para ajuste fiscal porque a sigla tem “autonomia”. Ele afirmou não haver “constrangimento” em permanecer no governo. Na avaliação de aliados da presidente Dilma, a posição do ministro ficou insustentável depois que todos os 19 deputados do partido presentes à votação de quarta votaram contra o texto básico da medida provisória 665.
“A bancada tomou uma posição, que achou ser a mais correta, e tem autonomia para isso. Não há constrangimento”. A insatisfação foi transmitida pelo vice-presidente Michel Temer (PMDB) a Dilma, que ficou de avaliar a questão nos próximos dias. (com agências)
(Via O POVO)