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SOBRAL – 245º aniversario, uma história boa de se contar.

Nesta quinta-feira (5) Sobral comemorará seu 245º aniversário de emancipação política. Que o momento festivo também para estimular seus 201.756 habitantes (estimativa IBGE 2015) a conhecer um pouco mais da história da Fazenda Caiçara, passando pela Vila Distinta e Real até a atual cidade de Sobral. 

Além disso, que também se reverta em ocasião para seu povo inteirar-se mais, questionar mais e exigir mais as providências cabíveis e necessárias, a fim de que se tenha uma cidade melhor e seus moradores mais felizes, com segurança, paz e oportunidade para todos que trilham os caminhos do bem. Parabéns, Sobral!

CAIÇARA – Nome dado à porção de terra herdada por Quitéria Maria de Jesus, como dote de seu casamento com Antônio Rodrigues de Magalhães. Quitéria havia herdado de sua mãe, Apolônia da Costa, casada com o sargento-mor Antônio Marques de Leitão. E Apolônia, por sua vez, teve sua parte herdada de seu pai Antônio da Costa Peixoto, português, vereador em Aquiraz. A 14 de outubro de 1702, este edil conseguiu uma sesmaria às margens do rio Acaraú, medindo uma légua e meia de comprimento com meia légua de largura, indo da margem esquerda do rio Acaraú ao sopé da serra da Meruoca.  De suas terras, Antônio e Quitéria fundaram a fazenda à qual deram o nome de Caiçara pelo fato de ter sido no início protegida com uma cerca de varas. Isso é corroborado pela etimologia: a palavra Caiçara vem do tupi e significa “cerca feita de mato”.

Protesto – Muitos que levam adiante a história de Sobral em seus escritos ou pronunciamentos têm pecado por omitir a grande importância do padre visitador Lino Correia Gomes. Para mim, ele foi o verdadeiro fundador de Sobral e não o fazendeiro Antônio Rodrigues de Magalhães. E explico: Pe. Lino foi o pai da ideia de instalar a sede de um curato por aqui. Com o curato, veio o desenvolvimento. Antônio simplesmente doou terras e não tinha a mínima intenção de fundar uma cidade, inclusive pouco permanecia nesta região.

VILA DISTINTA E REAL DE SOBRAL – A 14 de novembro de 1772, por ordem do Governador e Comandante Geral de Pernambuco, Manuel da Cunha de Menezes, foi criada a Vila Distinta e Real de Sobral. Sua instalação oficial, bem como a eleição e posse da primeira Câmara de Vereadores só aconteceu no dia 5 de julho de 1773. O nome Vila Distinta e Real de Sobral traz consigo certo ar de nobreza. Senão vejamos:

DISTINTA – Porque não tivera origem indígena ou bárbara, nem fora sede de missões jesuíticas ou de outras congregações religiosas. Sobral fora colonizada por portugueses ou descendentes destes e catequizada por padres seculares.  Todas as vilas surgidas dessa forma, de colonização totalmente branca, eram consideradas com ares de nobreza e, portanto, distintas.

REAL – Pelo fato de ter sido criada por ordem direta do Rei e, por isso, recebia dele proteção e simpatia. Existiam vilas criadas de aldeias indígenas, mas não recebiam os adjetivos “Distinta e Real”.  Eram chamadas apenas Vila ou Vila Nova, acrescido do nome do local. Vila formada de habitantes estritamente de origem portuguesas era Distinta e Real, como foi o caso de Sobral, exemplo único no Ceará. Quando foi baixado o decreto pelo Rei para criação das Vilas era uma ordem retirar todos os nomes indígenas e alterar para nomes de locais já existentes em Portugal.

No caso deste município, a denominação vem de Sobral da Lagoa de Óbidos, terra dos  ancestrais de Quitéria Maria de Jesus, esposa de Antônio Rodrigues de Magalhães. Obs.: Em Portugal pode-se encontrar mais de uma dezena de localidades que recebem o nome Sobral acrescido de mais algum designativo.

SOBRAL – Sobral (ou sobreiral) é o coletivo da palavra sobro, sovro ou sobreiro (fotos). Trata-se da denominação popular de Quercus Súber, uma das árvores florestais mais abundantes em Portugal. 

É a única quercínea produtora de cortiça da região mediterrânea. O sobreiro é uma espécie que requer umidade e solos relativamente profundos e férteis, embora também tolere temperaturas altas e períodos secos de três a quatro meses, típicos do clima do sul de Portugal. 

Entre as características que o distinguem dos restantes carvalhos, sobressaem: – o considerável desenvolvimento que pode atingir o invólucro suberoso do tronco e dos ramos; – a faculdade que a árvore possui de regenerar uma nova assentada geradora de cortiça quando se despojam aqueles órgãos do revestimento protetor; – a homogeneidade e pureza do tecido suberoso e as suas notáveis propriedades físicas, mecânicas e químicas. É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. 

A extração da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova camada de “casca” (súber) com idêntica espessura a cada 9 – 10 anos, período após o qual é submetida a novo descortiçamento.

JANUÁRIA DO ACARAÚ – Vale lembrar que o município já recebeu este nome. Quando da elevação de Vila à categoria de cidade, o presidente da Província do Ceará (hoje equivalente a governador do Estado), José Martiniano de Alencar, que era padre e pai do famoso romancista cearense José de Alencar, através da Lei nº 229, de 12 de janeiro de 1841, deu o nome a esta terra de Fidelíssima Cidade Januária do Acaraú. Explica-se, também, esse pomposo nome.

FIDELÍSSIMA – Pela fidelidade dos sobralenses ao Pe. Alencar, quando da revolta contra seu governo, ocorrida na então Vila Distinta e Real de Sobral em 1840. Houve sérios conflitos com várias mortes, saindo vitorioso o Pe. Alencar.

JANUÁRIA – Homenagem que o presidente da Província queria prestar à jovem irmã do imperador D. Pedro II, a Princesa  Januária, de 19 anos (Daí,  “Princesa do Norte”). A população não gostou nem pouco da mudança de Sobral para Januária. No ano seguinte, o novo presidente, José Joaquim Coelho, através da Lei nº 244, de 25 de outubro de 1842, atender aos reclamos da população retornando o nome do lugar para Sobral. Com o nome de Januária, este município ainda permaneceu durante um ano, nove meses e treze dias. 

Por toda essa belíssima história, parabéns Sobral!

Coluna do Radialista Artemísio da Costa.

Fonte: Jornal Correio da Semana.

About the Author: Bené Fernandes

Radialista com mais de 25 anos de militância em Sobral(CE), e agora Jornalista Profissional, sob o Registro- 01657 MTb - datado de 23/12/2004. Trabalho atualmente na Rádio Paraíso FM-101,1 Mhz, onde apresento o Programa HORA DA NOTÍCIA - no horário de 11hs ás 13 horas. Nas tardes da Paraíso FM levo alegria de descontração no Programa FORRONEJO de 15hs ás 17 horas. Se ligue com a gente e venha curtir o melhor da informação e do entretenimento musical.

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